Páginas

19 de set. de 2011

Alemanha está demorando para investir no Brasil segundo Eike

"Alemão" mais rico, Eike diz que país demora a investir no Brasil
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201109191636_EST_80213099
Luís Bulcão
Direto de Rio de Janeiro

"Me perguntaram se eu tinha passaporte alemão. Eu disse que sim. Me responderam que então eu também sou o alemão mais rico do mundo. Achei engraçado". Foi um dos muitos afagos de Eike Batista para a plateia formada por empresários e investidores no Encontro Econômico Brasil - Alemanha, que teve início na manhã desta segunda-feira, no Rio de Janeiro. Mas a estratégia de Eike era provocar. Segundo o empresário, os alemães estão sendo lentos no processo de compartilhamento tecnológico com o Brasil e com isso perdem oportunidades para os chineses e sul-coreanos.

"Eles têm muita tecnologia. Não tão boa quanto a dos alemães. Mas são muito rápidos", disse, em alemão, o empresário que paga U$ 250 milhões pela transferência de know-how da indústria naval coreana para o Porto de Açu, que está sendo construído pelo grupo de Eike.

Eike chamou a atenção para o que define como "riqueza invisível" com o potencial gerado pelo pré-sal no Brasil e fez uma previsão. Segundo ele, somente a Petrobras e o seu grupo vão ser responsáveis por US$ 150 bilhões na balança comercial de exportações brasileira até 2020, sendo US$ 60 bilhões provenientes só da EBX. "Se considerarmos a Vale e as demais comodities, nós podemos facilmente dobrar nossa balança de exportações, de U$ 250 bilhões hoje para U$ 500 bilhões em 2020", afirmou.
Animado com o posicionamento do seu grupo para a exploração de gás no Vale do Parnaíba, o empresário não descartou a possibilidade de que uma usina de nitrogenatos seja aberta na região. "Seria o caminho natural", afirmou. Segundo ele, o gás também pode alimentar a indústria da Vale. Questionado sobre como irá se posicionar na distribuição das reservas de petróleo, Eike disse que aguarda uma definição do governo. "Me dá as regras que eu jogo", afirmou para a imprensa após a palestra.

IPI
Para o presidente da confederação de indústrias da Alemanha, (BDI, sigla em alemão), a crise na Grécia tem de servir como exemplo para que o Brasil não aumente os impostos sobre os automóveis importados. Durante a abertura do encontro, Hans-Peter Keitel afirmou que o Brasil pode acabar isolando seu mercado interno caso aumente os impostos sobre automóveis importados.

"A Alemanha abandonou a Grécia e hoje estamos dispostos a ajudá-los. Serve como exemplo. Não houve abertura dos mercados, sim isolamento e suspensão dos mecanismos de concorrência. Precisamos de livre comércio. Pensem na consequência do isolamento dos mercados internos ao pensar em impostos para a comercialização de automóveis de mercados alemães", afirmou.

Keitel se disse impressionado com o crescimento robusto brasileiro e afirmou que ambos os países, cujo volume das relações comerciais aumentou em um terço, não devem perder a oportunidade para trabalhar juntos não somente no campo econômico, mas também no campo científico. "Se apresentam condições únicas para os dois países. O Brasil pode prover a Alemanha com matérias primas e recursos naturais e a Alemanha tem a tecnologia de que o Brasil necessita para crescer", afirmou.

Para Keitel, uma parceria de alta tecnologia com a Alemanha deve envolver a garantia de livre comércio e proteção intelectual. Keitel também encontrou tempo para deixar de lado os negócios e responder ao presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, que convidou a Alemanha a vir ao Brasil lutar pelo segundo lugar na Copa de 2014. "É um País muito diferente de quando vim aqui pela primeira vez há 30 anos. O Brasil se desenvolveu muito. Pena que no futebol não seja mais tão impressionante", brincou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário